Desapega Rosa chega à 8ª edição com solidariedade e estilo em Lages |
Pioneira no turismo rural no Brasil, a centenária Fazenda Pedras Brancas, de Lages, reabriu suas portas para os hóspedes este ano, justamente quando se comemora quatro décadas do surgimento deste segmento de turismo em nosso País.
Outro movimento importante é o levantamento histórico que está em curso pela Secretaria Municipal de Turismo de Lages. Dentre os objetivos, pretende-se buscar formas de fomentar o setor e devolver ao município o destaque perdido para outros locais ao longo de décadas, quando, sem incentivo, os empresários foram largados à própria sorte.
Na década de 1980, Lages era considerada a Capital do Turismo Rural. Com o tempo, perdeu o interesse de parte dos turistas que descobriram outros destinos mais atraentes, em outras regiões catarinenses e até fora do estado.
Vários empreendimentos de Lages fecharam, inclusive a primeira fazenda a explorar o setor. Mas apesar do número reduzido de empreendimentos, os que resistiram primam pela qualidade, a exemplo da Fazenda Boqueirão e da Fazenda do Barreiro (agora pertencente a Urupema).
Local de fazendas centenárias, a Coxilha Rica é considerada de alto potencial para a exploração do Turismo Rural. A localidade envolve partes dos territórios de Lages, Capão Alto e São Joaquim. A Prefeitura de Lages incentiva a atividade, principalmente garantindo acesso adequado, já que a maioria das estradas ainda são de chão batido.
Outra iniciativa é da Epagri, que a cada ano realiza o Seminário Regional de Turismo Rural. Em novembro deste ano, o evento será em Bocaina do Sul. O objetivo é estimular novas empreendedores e profissionalizar quem já atua no setor.
Entrevista
Folha da Serra - Lages foi a precursora do Turismo Rural. Como a senhora avalia a situação atual do setor?
Ana Vieira - O setor, hoje, ampliou muito para várias derivações, além das experiências, das lidas campeiras e de várias outras coisas que se originaram do turismo rural. Então o setor atual está muito amplo e Lages também ampliou neste sentido. É claro que perdemos algumas propriedades, algumas cidades se emanciparam. Como por exemplo, a Fazenda do Barreiro começou em Lages e atualmente pertence à Urupema. Algumas fecharam por conta do nível de exigência, que a fiscalização impôs ao setor, mas temos várias outras iniciativas em Lages e na Serra que podem ser consideradas turismo rural.
Existem iniciativas para fortalecer e profissionalizar o setor?
Estamos iniciando um projeto chamado Lages Mais Turismo. Trata-se do fomento da área do turismo por meio da informação da comunicação. O objetivo é preparar o lageano para que possa dar informações sobre o turismo local, com precisão. O foco principal será o Turismo Rural.
Cabanas e chalés construídos na área rural, de forma isolada, mas que não oferecem a experiência do cotidiano da fazenda podem ser consideradas Turismo Rural?
Se caracterizam como segunda residência. O turismo Rural exige a experiência típica de uma fazenda.
Quais são as prospecções para o futuro?
Que ele se consolide como ponto de referência. Estamos fazendo o levantamento dos 40 anos do setor para encontrar formas de fomentar o setor e devolver a importância de Lages neste contexto, que por muito tempo não foi trabalhado.
Pedras Brancas retoma as atividades
O Hotel Fazenda Pedras Brancas, a cerca de 15 quilômetros do Centro de Lages, seguindo pela SC-114, está de volta à ativa, depois de um período de inatividade. Um novo empreendedor adquiriu a propriedade e planeja muitas outras novidades. Um forte trabalho de remodelação foi feito.
A reforma é ocasional e não tirou a rusticidade e nem a originalidade da edificação, que desde 1983 funcionou recebendo hóspedes que gostam de vivenciar o turismo rural. Um ambiente atrativo e com farta gastronomia nativa se mantém. A casa original foi construída em 1868 e fez parte do ciclo tropeirista de Lages. Portanto, as adaptações que hoje estão sendo feitas na reforma, mantêm a originalidade, com o objetivo de deixar intacto o memorial da família Gamborgi, que por muitos anos administrou a fazenda.
Fogo de Chão
Apesar da rusticidade, o turista terá também muito conforto, em meio ao mobiliário antigo, e as demais peculiaridades expostas em um ambiente, tais como, o assoalho original, utensílios domésticos, roupas e até peças utilizadas por tropeiros. Aliás, o galpão e o fogo de chão estão entre os pontos mais apreciados na fazenda, e que continuam intactos. O espaço atrai curiosidade e onde hóspedes se acomodam para contar e ouvir causos.
Fonte: PCV Assessoria & Comunicação

Investimentos visam consolidar Coxilha Rica como atrativo turístico
Por Silviane Brum/PML
As belezas da Serra Catarinense com cânions, cachoeiras e o planalto ondulado das coxilhas, cuidadosamente esculpido pela natureza, resultaram em um cenário encantador de paisagens exuberantes. O clima frio em boa parte do ano contribui para atrair turistas de todo o Brasil e também de vários lugares do mundo.
Com o intuito de expandir e explorar o potencial turístico da Coxilha Rica, a prefeita Carmen Zanotto, acompanhada da Secretária de Turismo, Ana Vieira e do secretário adjunto de Agricultura Pecuária e Pesca, Ronaldo Duarte, fez uma visita técnica, no mês de julho, em algumas fazendas centenárias daquela região.
No roteiro, além de conhecer as estruturas das fazendas, estava também a avaliação das condições das estradas e pontes de acesso que levam os turistas aos seus destinos.
“Como o próprio nome já diz, nossa Coxilha possui riquezas naturais ímpares, singulares, assim como a história que carrega e desenvolvê-la como potencial turístico é fundamental para que Lages e toda a nossa região passe a ser a primeira opção de destino para o turista quando se fala em turismo de inverno ou turismo rural”, declara a prefeita Carmen.
Este incentivo ao desenvolvimento turístico regional é necessário em várias frentes para o aprimoramento dos atrativos e equipamentos que vão desde a base, com a manutenção permanente das estradas revestimento primário (chão batido), até a criação de produtos que versem à promoção de experiências e serviços inovadores e segmentados.
“A partir desta visita poderemos, por exemplo, dar continuidade ao projeto de identificação do roteiro do Caminho das Tropas já iniciado pela Associação dos Municípios da Serra Catarinense (Amures), para torná-lo ainda mais atrativo aos visitantes. O acesso ao rio Pelotinhas, na ponte, também merece uma atenção especial, uma vez que muitas famílias vão ao local para acampar e banhar-se no rio durante o verão”, explica a secretária de turismo, Ana Vieira.
Incentivo ao turismo com a base comunitária
A participação da comunidade local nas atividades de fomento ao turismo é peça-chave para o desenvolvimento do setor. Neste sentido a Coxilha, rica por natureza, apresenta em suas imponentes estruturas de fazendas centenárias boa parte de uma história que precisa ser contada.
Este grande valor histórico é cheio de atrativos em seus mais de cem quilômetros de extensão. Entre eles destacam-se as Fazendas São João (1800), Cajuru, (1865), São José da Boa Vista (1920), Tijolinho (1915), Fazenda Estrela (1913), além dos corredores do Caminho das Tropas, igrejas históricas e cemitérios centenários.
A riquíssima história cultural atrai visitantes para cavalgadas com o turismo equestre, para o turismo de aventura com trekking (modalidade de caminhada feita em locais que possibilitam maior contato com a natureza) e trilhas de 4x4, cicloturismo, enoturismo e o turismo rural com as hospedagens em fazendas e hotéis que oferecem interação com as atividades rurais.
Entre os locais visitados pela comitiva liderada pela prefeita Carmen Zanotto, destaca-se a Fazenda Linda Flor do Cajurú. Datada de 1865 a centenária estrutura está passando por um processo de restauração e, de acordo com o proprietário, Alexandre Júlio Souza, a ideia é fazer da propriedade uma referência nacional de valorização da cultura e tradição do povo serrano.
“Queremos estar de portas abertas para receber visitantes de todas as partes do Brasil e do mundo e compartilhar as nossas belezas naturais. Valorizar esse patrimônio histórico que foi rota de tropeiros e ponto de encontro de forças políticas da época é muito importante.”

Foto: Julia Almeida / PML
Seminário sobre Turismo Rural será em Bocaina do Sul
Desde 2019, a Epagri realiza o Seminário Regional de Turismo Rural. Este ano, a 7ª edição será realizada em Bocaina do Sul, no dia 19 de novembro na comunidade do Areião, às margens da BR-282, e deve ser a maior já realizada, inclusive com show-room para visitantes. Em 2019 o evento ocorreu em Urubici; em 2020 em Urupema, Bom Jardim da Serra sediou em 2021, em 2022 foi a vez de São Joaquim, 2023 em Bom Retiro e em 2024 Rio Rufino.
Habitualmente, os seminários compreendem a realização de palestras, apresentação de casos de sucesso e visitas a pontos turísticos e empreendimentos de turismo rural para troca de experiências. São inúmeras as iniciativas de empreendedores na Serra Catarinense, das mais simples até opções de luxo.
“O seminário é uma ação de motivação e sensibilização das famílias rurais e dos empreendedores para que invistam e trabalhem com o turismo rural. O evento reúne participantes de vários municípios para estimular a troca de experiências e a atualização na atividade”, conta Aziz Abou Hatem, extensionista da Epagri na Gerência Regional de Lages e coordenador das ações de turismo rural na Serra Catarinense.
Os municípios da Serra Catarinense possuem inúmeras fazendas e foram contemplados por belíssimas paisagens. Nos últimos anos, dezenas de empreendimentos foram instalados, mas o potencial a ser explorado ainda é imenso, já que a região é considerada única devido às suas características.
A Epagri realiza ações para o desenvolvimento do turismo rural em todo o estado de Santa Catarina. Aziz explica que, na Serra Catarinense, a Empresa atua em três frentes: capacitações, eventos de motivação e integração (a exemplo do seminário) e mobilização da cadeia produtiva, junto aos Conselhos Municipais e Regionais de Turismo.
“Outro escopo é o atendimento do nosso extensionista, em cada município, que atua no apoio às famílias rurais que investem no turismo”, acrescenta.
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