A reabertura do Teatro Marajoara não é apenas o resgate de um espaço físico — é a retomada de um sonho coletivo. Um símbolo da força da cultura local, da memória viva e da capacidade da sociedade de fazer história

Após anos de portas fechadas, o Teatro Marajoara, em Lages, se prepara para reabrir as cortinas no segundo semestre de 2025 — desta vez, a reabertura de um dos maiores ícones culturais da Serra Catarinense é motivo de celebração e representa a resistência da arte e da história em Lages, sendo reconstruída com a iniciativa privada.

O retorno do teatro só está sendo possível por meio da união de esforços da empresa Mário Leopoldo Santos Empreendimentos (família do fundador), da produtora Somar Produções e Eventos, Projeto Sons de Lages Programação Artística e do Programa de Incentivo à Cultura (PIC) vinculado a empresas que acreditam na transformação social por meio da cultura: GTS do Brasil, Disauto e Polpa Papéis.

Fundado em 1947, o Marajoara nasceu da visão do empresário Mário Augusto de Souza, durante o Ciclo da Madeira, período de grande crescimento econômico em Lages.

Com projeto assinado pelo arquiteto Wolfgang Ludwig Rau, sua arquitetura art déco com elementos indígenas transformou o prédio em um marco da identidade lageana.

Palco de grandes estreias cinematográficas, festivais nacionais e apresentações memoráveis, o teatro foi batizado como a “Catedral do Cinema” da região.

Mesmo tombado como patrimônio histórico municipal desde 1997, o teatro está fechado desde 30 de setembro de 2022, gerando mobilizações da sociedade civil e do setor cultural para a sua retorna, com ousadia e sensibilidade de empresários e patrocinadores que decidiram investir no renascimento deste símbolo.

Para Layla Campos, produtora da Somar Produções e Eventos e diretora-geral do Teatro Marajoara, a reabertura é resultado de uma construção coletiva, com raízes afetivas e históricas profundas.

“Desde o início, nós da Somar, junto à família do senhor Mário Leopoldo Santos, nos unimos com o propósito de resgatar a importância do Marajoara como patrimônio vivo da cultura lageana. Não foi um caminho fácil, mas acreditamos que esse espaço precisava voltar a pulsar, a emocionar e a inspirar. Esse teatro pertence à cidade — e agora, ele está de volta.”

A reabertura do Teatro Marajoara não é apenas o resgate de um espaço físico — é a retomada de um sonho coletivo. Um símbolo da força da cultura local, da memória viva e da capacidade da sociedade de fazer história. É tempo de celebrar. Lages terá novamente seu maior palco, graças a quem acredita que a cultura merece viver — e brilhar.