Um começo de gestão difícil

Os servidores municipais decidiram entrar em greve na terça-feira, uma vez que a prefeita Carmen Zanotto foi taxativa de que não haverá negociação nos termos propostos pelo sindicato. Os servidores querem 12% de reajuste, mas insistem mesmo é na fixação de um piso mínimo, atendendo a mais de 800 da categoria. O presidente do Sindicato, Agenor Rodrigues de Chaves, Nori, observou que o estabelecimento do piso mínimo de R$ 1.730,00 (hoje o piso é de R$ 1.564,00) pelo qual estão se mobilizando, não elevaria mais do que R$ 1,5 milhão na folha de pagamento. Mas em reunião com os representantes do sindicato, a prefeita informou que seria realizado um estudo de viabilidade para ver da capacidade da prefeitura em absorver o custo da medida. Nori contesta, dizendo que em cinco minutos é possível levantar tais informações e não vê vontade política em atender os servidores. Iniciado o quarto mês, desde a posse, a prefeita Carmen tem enfrentado alguns perrengues. Creio que não imaginava que isso ocorreria, pelo menos não previa que enfrentaria uma greve dos servidores em tão pouco tempo de gestão. É certo que também não imaginaria que, em tão pouco tempo, enfrentaria questões tão sérias com seu vice-prefeito, em especial com o tipo de escândalo provocado por ele. Embora tenha consciência que em algum momento poderia explodir algum evento prejudicial a sua administração. Tanto que, antes mesmo da posse, Carmen já criou um comitê de crise, e foi este comitê que lhe orientou de pronto quando da detenção de Jair Júnior, e tão imediatamente soltou uma nota. Antes mesmo da imprensa ter confirmado os fatos. Enquanto deputada era uma situação diferente, onde a situação era muito mais controlada, visto que dependia apenas dela no processo. Hoje, no comando do município, é um turbilhão de problemas que se sucedem. Controlar quase 5 mil funcionários, sobretudo os comissionados que chegam com grande sede de poder, não será fácil. Especialmente quando a escolha não foi técnica, mas política. Preocupada em atender os companheiros de campanha, a prefeita foi abrindo espaço na administração, mas esqueceu que se atendeu a 30, tem outros 20 ou 40 na fila de espera por uma oportunidade. E quem chega, não está, assim, tão preocupado em trabalhar por uma gestão melhor, mas o que é melhor para si mesmo. A verdade é que Carmen criou grande expectativa em torno de sua capacidade administrativa, até mesmo entre os servidores. Junto à população, mesmo entre aqueles que não votaram nela, existe esta mesma expectativa. Sinceramente, torcemos que consiga superar estas dificuldades e dar prosseguimento ao seu plano de governo.

“É determinação do governador Jorginho Mello investir pesado numa campanha de divulgação da Serra Catarinense nas regiões do Norte e Nordeste do Brasil. Vamos entrar em cadeia nacional, em aeroportos e mostrar que temos experiências únicas, gastronomia rica e muita hospitalidade e cultura turística”. 

A declaração da Secretária de Estado do Turismo, Catiane Seif, que esteve em Lages para o Encontro da Instância de Governança Regional (IGR).

Um novo modelo de Festa do Pinhão

Nesta semana, a prefeita Carmen Zanotto já antecipava que teremos, este ano, um novo modelo de Festa do Pinhão. Os detalhes ainda não foram amplamente divulgados, mas deverá se concentrar na área central, em especial no calçadão. Além do Recanto do Pinhão, também acontecerá ali a Sapecada da Canção Nativa. Com o decreto nomeando a comissão, Carmen já antecipava que a própria prefeitura deverá tocar o evento, talvez com a parceria de empresas na realização dos shows. Carmen informou que só lançaria novo edital para a concessão da festa se tivesse a garantia de que, pelo menos, uma das três empresas que já fizeram a festa participassem. Do contrário, a prefeitura fará a festa de seu jeito. Como até agora não mostraram interesse e, dada a exiguidade do tempo, acho que a festa será caseira mesmo e talvez nem passe do calçadão.

Prefeita Carmen, até agora só tem uma certeza: a realização do Recanto do Pinhão

De flores lhe entregará problemas!

Na Câmara, não há mais o que fazer com relação ao caso com o vice-prefeito Jair Júnior, embora o que há até agora seja uma liminar suspendendo o processo de impeachment. Na análise do teor do processo, o resultado não será diferente. Esqueçam a cassação de Jair! A prefeita terá de conviver com o vice. Não sabemos lá na frente como andará o processo movido contra ele (Lei Maria da Penha) na Justiça comum. Mas, estas coisas costumam demorar para termos um resultado final, e dado aos recursos que a defesa pode contar para estendê-lo. Vai ao final do mandato, ainda sem solução. Passada a poeira, obviamente que Jair vai voltar ao seu posto da prefeitura, como vice. Aos poucos, as pessoas se acostumarão a vê-lo por lá. Mas se a prefeita Carmen pensa que já superou o escândalo o envolvendo, está enganada! Se conheço um pouco a personalidade de Jair, é questão de tempo para que retorne ao cenário e não creio que dará trégua a, agora, sua potencial inimiga. Estão hoje em trincheiras diferentes e o embate entre eles nem começou!

Maria da Penha

Não se trata de nenhuma novidade, porque já há lei similar aprovada, mas o vereador Nixon de Oliveira (PL) apresentou projeto de lei vedando a nomeação pela administração pública direta e indireta de pessoas condenadas pela Lei Federal n. 11.340 de 2006 – Lei Maria da Penha. Obviamente, que o fato motivador foi o escândalo promovido pelo vice-prefeito. 

Impacto do reajuste

A folha de pagamento da prefeitura totaliza R$ 490 milhões por ano e só o reajuste concedido pelo executivo e recém aprovado pela Câmara, de 6,27% significa um impacto de mais de R$ 30 milhões ao ano, cerca de R$ 3 milhões ao mês. Segundo o secretário de Finanças, Evandro Frigo, cada 1% de reajuste significa mais R$ 4 milhões a R$ 5 milhões a mais na folha. Observa ele que, a prefeitura, neste momento, não teria condições de aplicar um reajuste maior porque há ainda muitos compromissos financeiros a saldar.

Fila nas UBSs

Nesta segunda-feira, o vereador Álvaro Mondadori esteve na Unidade Básica de Saúde do Bairro da Várzea e encontrou uma enorme fila de pessoas que estavam lá, desde às 5 horas da manhã, para marcar uma consulta e pegar uma receita. Joinha é presidente da Comissão da Saúde da Câmara e vem acompanhando a situação das UBSs. A prefeitura observou que já teria resolvido este problema da fila de espera nas unidades, mas parece que ainda não foi resolvido.

Frente parlamentar

Recentemente, o vereador Gabriel Córdova propôs a criação de uma bancada Evangélica na Câmara de Lages. Agora, a vereadora Bruna Uncini quer criar uma Frente Parlamentar de Políticas Públicas de Proteção e Bem-Estar Animal, no âmbito da Câmara. Seria temporária até o término desta legislatura. A proposta é criar um espaço para estudo, debate, definições de estratégias, articulação e aglutinação dos diversos setores da sociedade civil e política, de modo a fomentar, divulgar e encontrar soluções quanto à proteção dos animais.

Transferido

O coordenador de Eventos do Mercado Público, Telmo Camargo, não responde mais por este cargo. Foi transferido para outra função junto à Fundação Cultural. Lembro que na administração passada, Giba Ronconi teve problemas sérios por conta destes eventos do mercado, a ponto de lhe valer o cargo.

Cancelado

A atual gestora da Semasa, Paula Granzotto, cancelou dois empenhos assinados pelo ex-diretor presidente da pasta, Jair Júnior. O primeiro deles foi para aquisição de um terno  (R$ 900,00) e agora a compra de uma camionete Frontier, no valor de R$ 234 mil. Este veículo era para uso do próprio diretor. Tais compras não são ilegais, mais..... para quem criticava tanto os mandatários que faziam mau uso do dinheiro público, se torna imperdoável tais atitudes. Isso que estava a pouco mais de dois meses no cargo. Parece que também mudou a decoração da sua sala, a um custo aproximado de R$ 30 mil.

E aí?

Só estamos aguardando para saber qual será a atitude da prefeita Carmen com relação à constatação de que o funcionário da Secretaria da Agricultura, Leandro do Amendoim, estava em sala de aula durante o expediente, na manhã de terça-feira.

Repetir a aliança

O governador Jorginho Mello foi à Alesc conversar com Julio Garcia (PSD), presidente da Casa. Desenha-se uma tríplice aliança para 2026, a exemplo do que aconteceu em 2000 entre o então PMDB, DEM e PSDB. Hoje se fala em bastidores de Julio (PSD) vir de vice de Jorginho Mello (PL), com a possibilidade de uma vaga a mais no Senado para o PSD (João Rodrigues provavelmente) e a outra do Republicanos.