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Kuki vence mais uma
Em 2000, Romário já era um veterano, mas isso não o impediu de brilhar intensamente naquele ano. Aos 34 anos, o artilheiro, campeão do mundo em 1994 com a seleção brasileira, marcou 73 gols na temporada, um por jogo, e foi o principal goleador de cinco dos torneios que disputou. No ano de seu retorno ao Vasco, clube que o revelou, ele foi ainda campeão brasileiro e da Copa Mercosul pela equipe.
Os feitos em campo não deixaram outra opção a Candinho, então treinador da seleção brasileira, a não ser convocar a estrela vascaína. O Brasil penava nas eliminatórias para o mundial de 2002, e a ameaça de ficar sem vaga na Copa era real. O risco dissipou-se com Romário em campo: nos dois jogos seguintes, contra Bolívia e Venezuela, o artilheiro fez nada menos do que sete gols.
No ano 2000, nenhum jogador brilhou mais do que Romário no futebol brasileiro. E ninguém foi mais eficiente do que ele, com exceção de outro baixinho, também adepto da camisa 11. Para a felicidade da torcida do Inter de Lages, os feitos desse artilheiro foram com a nossa camisa.
Kuki fez carreira em pequenos clubes do Rio Grande do Sul, como Encantado, Taquariense, Ypiranga de Erechim, Veranópolis, Lajeadense, Grêmio Santanense e Palmeirense, de Palmeiras das Missões, time pelo qual foi artilheiro do campeonato estadual da segunda divisão de 1995, com 22 gols.

Filho de um militar gaúcho, Silvio Luiz Borba da Silva nasceu em Cratéus, no Ceará, para onde seu pai tinha sido enviado em uma missão do exército. A família voltou pouco tempo depois ao Rio Grande do Sul, onde ele começou a jogar futebol já com o apelido de Kuki, que recebeu da avó materna, relata Mauricio Neves de Jesus em “Aquelas Camisas Vermelhas”, livro que conta a história colorada.
“Tudo indica que Kuki não sonhava mais com dias de glória no futebol quando vestiu a camisa vermelha, número 11, e desembestou a fazer gols”, registra o autor. O artilheiro já tinha abandonado a bola e trabalhava na empresa de informática de um tio seu.
Foi no Inter que, aos 29 anos, Kuki aposentou a aposentadoria precoce, em um retorno em grande estilo: na segunda divisão do Campeonato Catarinense, em que o Inter disputou, ao todo, 27 partidas, Kuki marcou 31 gols. (Um deles foi o do título da segundona, no empate por 1 a 1 contra o Joaçaba - foto -, que levou o clube de volta à elite do estadual).
Mais de um gol por jogo, portanto. O camisa 11 do Vasco fez mais gols naquele ano do que o camisa 11 do Inter de Lages, sim, mas também disputou mais jogos. Com 73 partidas, como o craque da seleção brasileira, talvez a estrela colorada tivesse feito uns 85 gols. Fora os ameaço.
Em abril deste ano, Kuki sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em Recife, onde mora hoje, e ficou 15 dias internado. Ele lutou pela vida e venceu mais uma vez. Agora, dedica-se a uma rotina de fisioterapias, que seus amigos e fãs acompanham nas redes sociais.
A distância entre Kuki e os torcedores do Inter de Lages é apenas física. Os colorados nunca deixaram de manifestar seu carinho e admiração pelo craque, e assim seguem, na torcida, agora, por sua plena recuperação.
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