Pinhão precoce: alternativa de renda para a Serra Catarinense
Uma velha e conhecida fonte de renda da Serra Catarinense, em especial de pequenos agricultores, o pinhão, semente do pinheiro brasileiro (Araucária angustifólia), espécie florestal nativa brasileira, ressurge com uma nova roupagem, trazendo consigo a possibilidade de plantio em forma de pomar.
Normalmente, esta espécie leva de 12 a 16 anos para produzir suas primeiras sementes, que além da garantia de sobrevivência da espécie também proporciona uma importante fonte de alimento, bastante apreciado e utilizado na cozinha sulina, que além de benéfico à saúde, não contém glúten.
Será uma excelente alternativa econômica para implantação de pomares comerciais, ornamentação, bem como para projetos de compensação e reposição ambiental provenientes de planos de recuperação de áreas degradadas ou de Planos de Recuperação Ambiental- PRA, e como uso e ocupação de solo de Reserva Legal- RL, podendo-se colher os frutos dela proveniente.
EXTINÇÃO / DECADÊNCIA
De outro lado, a araucária está na lista das espécies ameaçadas de extinção e são necessárias ações para estimular seu plantio e conservação, visto que a proibição de corte, pura e simples, tem trazido consigo problemas de sobrevivência à espécie, devido à falta de manejo adequado e a eliminação precoce das plantas pelos produtores rurais, visto sua impossibilidade de utilização como atividade econômica.
ALTERNATIVAS TÉCNICAS
Neste sentido, a Embrapa Florestas, juntamente com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio de pesquisa de melhoramento produtivo da araucária, vem trabalhando com a técnica de enxertia sobre plantas, visando o melhoramento das espécies pela utilização de plantas selecionadas de maior produtividade e muito mais precoces, com a intenção de incentivar o plantio, possibilitar a geração de renda a produtores rurais e aumentar a oferta de um alimento de alta fonte energética.
PRECOCIDADE
Através da implantação da nova técnica produtiva, as plantas começam a produzir na metade do tempo, ou seja, de seis a oito anos, através de técnicas para antecipação da produção de pólen para fecundação das pinhas. Além disso, a técnica possibilita a formação de enxertos de galho e de tronco, o que origina árvores em formatos diferentes que podem ser utilizadas de diversas formas na implantação dos pomares. Os enxertos de galho dão origem a árvores de porte arbustivo, com até 5 metros de altura.
Segundo a Embrapa, a técnica utilizada, a enxertia, possibilita produzir pinhões com as características desejadas pelo mercado consumidor, pois é possível identificar e selecionar árvores matrizes de acordo com o que se deseja: época de produção, composição nutricional, produtividade, tamanho e formato do pinhão, entre outras.
TECNOLOGIA EM BENEFÍCIO DA VIDA HUMANA E DA NATUREZA
Deixe seu comentário