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Dia das Mães

Gestação cada vez mais tarde, aponta IBGE

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A geração de um filho muda toda a estrutura familiar. Requer cuidados, planejamentos e a contribuição de uma rede de apoio, geralmente formada por avós e tios. Tudo para que os pais vivenciem as alegrias, mas consigam superar as eventuais dificuldades que envolve a criação de um novo ser humano. Essa decisão, segundo Censo do IBGE divulgado em 2021, está cada vez mais tardia. Dados apontam que mães acima dos 30 anos já são 37% no País, contra 24% duas décadas atrás.  

O relatório divulgado pelo IBGE sobre o número de novos nascimentos no Brasil identificou uma redução na faixa etária das mães no país. Mulheres entre os 20 e 29 anos ainda são maioria, no entanto, esse número vem caindo com o passar dos anos. Nos anos 2000 e nos anos 2010, elas representavam mais da metade dos novos nascimentos: 54,5% e 53,1%, respectivamente. Agora, são 49,1%. 

Por outro lado, os dados referentes às mulheres com 30 anos ou mais estão apontando um crescimento. Na faixa etária dos 30 aos 39 anos, o avanço foi de 7,7% em relação a 2010 e 11,8% se comparado ao ano 2000. 

Entre mulheres com 40 anos ou mais, o crescimento foi mais singelo, mas também reportado: 39% em 2021, diante de 2,3 e 2,0 nos anos 2000 e 2010. Outro número que também observou redução foi o de nascimentos entre mulheres com menos de 20 anos. Atualmente, elas representam 13,2% dos novos registros. Em 2000, eram 21,6% e em 2010, 18,5%. 

O tema ganhou destaque nacional quando, em 2022, a bailarina e atriz Claudia Raia revelou que estava grávida aos 55 anos. Ela já havia feito o congelamento de óvulos, algo que facilita uma gravidez após os 50 anos, assim como a fertilização in-vitro, que também é um tratamento viável para quem possui dificuldades para engravidar. 

Mas nem todas as mães planejam a gravidez, o que coloca uma interrogação sobre a tendência da gravidez tardia. 

Pesquisa da Bayer, realizada em 2021, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e realização pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), aponta que cerca de 62% das mulheres já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada no Brasil. O percentual brasileiro ficou muito acima da taxa média mundial de gestações não intencionais, que era de 40%. Então, como explicar que a maioria não planeja e mesmo assim a gravidez ocorre mais tarde?

A possibilidade de engravidar mais tarde

Segundo entrevista com a psicóloga Lígia Dantas, publicada no Portal terra.com.br, assim como no caso de Claudia Raia, muitas das gestações tardias que acontecem tem a ver com realização. Sobretudo porque, no período em que o corpo da mulher é fértil — ou seja, o momento em que a gestação pode ocorrer com mais facilidade — coincide com momentos de conquistas pessoais e profissionais importantes.

Isso faz com que esse desejo seja postergado para fases mais tranquilas da vida. Após os 40 anos, é possível que a carreira de uma mulher possua mais estabilidade, portanto, uma situação financeira melhor para levar uma gestação em frente.

Mesmo a gestação tardia sendo uma possibilidade real (por conta dos avanços da medicina e da tecnologia), ainda há um estranhamento da sociedade ao se deparar com essa situação, por acreditar que a idade não permitirá a vivência da maternidade de forma completa. Mas não é bem assim que as coisas funcionam! "A qualidade da maternagem nada tem a ver com a idade ou com o sexo da pessoa que se propõe a esse papel", explica a psicóloga Lígia Dantas.

O etarismo, que é a discriminação por estar envelhecendo, atinge principalmente mulheres. E quando essa escolha está relacionada à maternidade, há sempre comentários maldosos que questionam a disposição ou ritmo de criação.

De acordo com Lígia, não se pode dizer que uma mulher de 50 anos tem menos disposição que uma mulher de 30. "Até porque, a mulher de 50 anos de hoje, não é a mesma de vinte anos atrás. O que vale a pena ressaltar é a escolha e a responsabilidade". Por isso, vale lembrar que ser mãe vai muito além do desejo: tem a ver com disponibilidade afetiva, emocional e financeira.

Ainda que a maternidade em um momento de vida mais estável, isso não significa que uma gestação tardia será mais tranquila. Portanto, além da ajuda profissional, é importante também ter uma rede de apoio, até porque a gestação é um período de ambivalências. "Um bebê sempre mexe na dinâmica familiar e na dinâmica do casal. E por mais idealizado ou desejado que a gestação seja, essa é uma fase com mudanças, independente da idade", declara a especialista.

Fonte: Terra.com.br

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