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Carla Reche

Olhos bem abertos

Há três décadas de sua regulamentação (lei 8.080 / 1990), o Sistema Único de Saúde (SUS) se depara com o maior desafio da sua história: a pandemia. E com isso está mostrando que veio para ficar e que nele ninguém, absolutamente ninguém deve mexer . Trata-se de um sistema único de saúde, ou seja, é para todos sem distinção de classe social. Tô desabafando por aqui a respeito deste assunto, porque quando me vem na cabeça, que há pouco tempo tentaram incluir nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), setor considerado o coração do SUS, a iniciativa privada, dá um frio na barriga. Sorte nossa que a campanha nas redes sociais com a hashtag #DefendaoSUS, abortou esse absurdo. Mas fiquemos atentos, pois tal medida continua nos planos do atual governo. Guedes que o diga.


Fazendo falta

Ter extinguindo o Programa Mais Médicos foi uma medida coerente. Três anos após o fim do programa, que foi substituído por Médicos pelo Brasil, sentimos na pele a saída dos profissionais cubanos que foram obrigados a retornar ao seu país de origem. Não estou aqui desrespeitando a classe médica brasileira, ao contrário, me solidarizo com ela e ainda mais neste momento, onde vivemos um colapso na saúde. A pandemia tem deixado profissionais da saúde exaustos, esgotados fisicamente e psicologicamente. Por mais que se tente abrir hospitais para receber contaminados por esse vírus mortal, não tem se encontrado profissionais preparados para enfrentar a pandemia. Todos estão ocupados e cansados. Penso que cada governo tem suas prioridades, durante campanha deixa isso claro. Mas o que está dando certo no país precisa ser mantido e não dar um ponto final devido a questões políticas. Sim, o programa Mais Médicos está fazendo uma falta enorme e isso estamos vivenciando no dia a dia.


Hans Peter Taggesell, à frente da equipe que toca o La Brasa Burger Lages. Hamburgueria abriu suas portas no último dia 26. Atendendo todos os dias (com público reduzido devido à pandemia), o La Brasa conta também com delivery. No cardápio, burgers como os monstruosos, que são impossíveis de alguém devorar sozinho. (P.S. máscaras foram deixadas de lado rapidamente para o close). Quer saber mais sobre esta novidade gastronômica? Vai lá no @labrasaburger.lages.



Histórias de vida

Lendo, vendo e ouvindo depoimentos de pessoas que tiveram casos de Covid na família (e mesmo daquelas que não passaram por isso), penso na quantidade de livros que precisariam ser escritos para contar tantas histórias reais. A perda de familiares e de amigos, o isolamento social, brigas nas redes sociais, as controvérsias, a teimosia, a demora na busca de medidas para dar um chega pra lá num vírus que está fazendo de gato e sapato o povo brasileiro. A pandemia mexeu com nossas cabeças. Um turbilhão de coisas toma conta dos nossos pensamentos, nos fazendo questionar sobre o que seremos e como estaremos assim que essa pandemia cessar. E o que dizer então das crianças, principalmente daquelas que nasceram um pouco antes ou ao meio de uma pandemia? Muitas ainda sequer saíram de casa, não tiveram contato com outras crianças ou adultos (a não ser com seus pais e/ou irmãos). Todo o cuidado é pouco, uma vez que a Covid não está fazendo mais distinção de idade.


Ana, Thiago e a pequena Helena

Ana é professora de uma escola particular e agora retornou às aulas presenciais. Thiago é concursado em uma empresa pública. Ambos são do Paraná, onde residem seus familiares. Vieram fixar residência em Lages devido a transferência do Thiago. Helena nasceu durante a pandemia. O seu desenvolvimento vem sendo acompanhado pelos avós e tios, via online e já se passaram oito meses. Helena que já ensaia os primeiros passinhos, ainda não teve contato com outras crianças, não tomou sol na praça ou brincou na areia. Em casa recebe atenção dos pais, que no tempo livre viram crianças e se divertem com a pequena. Milhares de outras crianças se encontram nesta mesma situação. Com seus olhares inocentes - que nos enchem de esperança - podem até estarem crescendo num mundo esquisito, cheio de mascarados, mas com a certeza de que terão uma vida mais plena, com mais amor, carinho, tolerância, respeito e empatia. Uma lição que estão aprendendo desde cedo e ao contrário de muitos adultos que se esqueceram há muito tempo, que não passam de simples mortais.



Curtas

*Muito mimimi na Câmara de Vereadores. Que me desculpem tanto elas quanto eles, mas tanta coisa para se preocuparem, ficam aí dando importância a coisas insignificantes. É um querendo puxar o tapete do outro, é um falando mal do outro... Haja paciência, viu. E a gente continua teimando que a mudança trará mudanças... Ledo engano.

*Chegam ao poder a todo vapor e depois começam a mostrar as manguinhas... Teve um dos eleitos que chegou a dizer pra mim: "eu sou o salvador de Lages...". Começou bem.

*O leitor já deve ter ouvido falar que, recentemente, inaugurou em Lages a Amaré Peixaria. Espaço que já é sucesso na cidade tem uma linda história que envolve a família Susin (Lucina, Tuca e as filhas Luiza e Fernanda). Na próxima edição vou contar mais sobre este sonho que acaba de ser concretizado.

*Uma dica para quem gosta de um bom filme: "Relatos do Mundo". Um drama faroeste com Tom Hanks e que conquista quatro indicações ao Oscar 2021: melhor fotografia, melhor design de produção, melhor som e melhor trilha sonora original. Os vencedores serão anunciados no dia 25 de abril.

*No filme da Netflix, tem também Helena Zengel, uma criança prodígio do cinema alemão e nomeada para um Globo de Ouro. Aos 12 anos de idade, ela é destaque na atuação do filme ao lado do veterano Tom Hanks.


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