Somente em Lages, atualmente cerca de 2.300 pessoas aguardam na fila por um procedimento cirúrgico

No início deste ano, levantamento da Secretaria de Estado da Saúde apontou que 105.340 pessoas aguardavam na fila por uma cirurgia eletiva (não urgentes) em Santa Catarina. Depois de uma ampla campanha junto aos hospitais e do aporte de recursos estaduais e federais, 40 mil procedimentos foram realizados até o dia 6 de junho. O resultado poderia ser melhor se 30% dos pacientes não faltassem aos procedimentos. Muitos alegam que em função da demora buscaram outros meios, mas não retiraram o nome da lista. Outros morreram em decorrência de outros problemas, mas os familiares não informaram.

As faltas foram apontadas pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de SC (FEHOESC). Diante da situação, a Secretaria de Estado de Saúde estuda mudanças nas regras. Atualmente, a norma estabelece que o paciente só pode ser retirado da lista após ter sido procurado três vezes, e assinar um documento de que não quer fazer mais o procedimento. A intenção é encurtar esse processo e não depender da procura por três oportunidades, abrindo espaço para o próximo da fila. 

Quando um paciente falta à cirurgia o efeito é ruim para todos: o hospital se prepara e reserva centro cirúrgico e equipe para um espaço específico, que fica ocioso, perde-se tempo, dinheiro, e a fila demora mais para andar. A meta do Governo do Estado é zerar a fila até o final deste ano. O problema emperra na falta de estrutura e de profissionais. A fila que já era grande aumentou muito nos anos de pandemia, quando o foco dos hospitais foi atender pacientes doentes de Covid. Em dois anos, praticamente nenhuma cirurgia do gênero foi realizada em Santa Catarina e nos demais estados brasileiros.

O tamanho do problema

Segundo a Central de Regulação de Cirurgias Eletivas, atualmente a fila do município de Lages é de 2.291 pacientes, divididos por unidades executantes:

Como verificar?

Para ter acesso à posição na fila, o paciente deve dirigir-se ao setor do TFD (mesmo setor em o paciente levou a AIH para ser inserida no sistema), que eles encaminham email para a regulação.

A cirurgia eletiva, como o nome mesmo já diz, é aquela em que o paciente foi avaliado pelo cirurgião e o mesmo entendeu que a condição dele não é de urgência e emergência, ou seja, não corre risco de vida imediato. 

O que já foi feito

Informamos também que no ano de 2023, foram realizadas 940 cirurgias eletivas de pacientes do município de Lages, entre os hospitais da Serra Catarinense e mais 245 cirurgias em hospitais de outras regiões, totalizando 1235 cirurgias realizadas de janeiro/2023 até o presente momento.

1.422 estão na fila do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres 

512 estão na fila do Hospital Tereza Ramos 

249 estão na fila do Hospital Materno Infantil Seara do Bem

77 estão na fila do Hospital Caridade Coração de Jesus – São Joaquim

20 estão na fila do Hospital Nossa Senhora das Graças – Bom Retiro 

06 estão na fila do Hospital São José de Urubici