logo RCN
Patrick Cruz

Inter - 75 anos

A força motriz da paixão
Em 2012, o quase centenário Real Oviedo, da Espanha, estava perto da falência. Com longo histórico na elite do futebol espanhol, o clube estava naquele ano na terceira divisão nacional e vivia um agudo aperto financeiro. Praticamente sem dinheiro, ele enfrentava a ameaça real de não cumprir alguns de seus compromissos mais urgentes nas semanas seguintes.

Em um ato que teve perfumes de desespero, o clube lançou ações para levantar recursos de maneira emergencial. Poderia ser o último ato antes do fim, já que, para adicionar drama ao episódio, a torcida do Real Oviedo não tinha simpatia alguma por Alberto González, então presidente do clube.

Aos que olhavam de fora, parecia certo que a decisão de passar o chapéu para poder pagar os boletos seria um retumbante fracasso. Que torcedor ajudaria um clube quase quebrado, com um presidente impopular?

Ocorre que céticos muitas vezes não sabem colocar paixão em planilha. A torcida participou em massa da iniciativa, e a comoção foi tamanha que chamou a atenção de gente que nada tinha a ver com aquele clube. Os aportes continuaram a chegar, sob o estímulo da paixão dos oviedistas, que não queriam ver seu clube perecer.

Em menos de uma semana, mais de 20 mil pessoas, de mais de 60 países, participaram da ação, com a qual o clube arrecadou quase 2 milhões de euros. A iniciativa já teria sido um enorme sucesso por si só, mas a vitória foi ainda maior quando o bilionário mexicano Carlos Slim, então o homem mais rico do mundo, entrou na vaquinha com um cheque gordo - e tornou-se o acionista majoritário do clube espanhol.

Muitos aspectos fazem da virtual ressurreição do Real Oviedo uma história fascinante. É verdade que a torcida ainda não conseguiu realizar o sonho de ver o time de volta a La Liga, a primeira divisão da Espanha. A última vez que o clube esteve na elite foi em 2000, ou há quase um quarto de século.

Mas a camisa em campo é a materialização da esperança. Na temporada 2023/24, o Real Oviedo recebeu, em média, mais de 17 mil torcedores em seus jogos em casa, o melhor desempenho do clube nesse quesito desde 2015/16, quando ele deixou a terceira divisão e voltou à segunda.

Além de inspiradora, essa história nos lembra que construir um clube de futebol - seja ele o Real Oviedo, seja ele o Inter de Lages - do tamanho do amor que temos por ele exige esforço, suor, mão na massa. Nenhum problema é insolúvel quando a paixão e a força de vontade viram uma coisa só. E ninguém preside amor.

Equipe de Lages participa de torneio internacional em Joaçaba Anterior

Equipe de Lages participa de torneio internacional em Joaçaba

Lages domina na etapa microrregional do Jesc Próximo

Lages domina na etapa microrregional do Jesc

Deixe seu comentário