A anônima eternidade de Mário José
Mário José foi um defensor de estirpe, um zagueiro altivo, técnico, dos melhores da posição a ter vestido a camisa vermelha do Inter de Lages até hoje.
Ele defendeu o clube entre 1973 e 1975, período em que, segundo os registros disponíveis, disputou 49 partidas pelo clube e marcou dois gols.
O ex-quarto zagueiro colorado (em destaque na foto abaixo) foi titular de um time inesquecível, o de 1974, quando o Inter disputou as finais do estadual com o Figueirense e ficou com o vice-campeonato.
Aquela foi uma decisão controversa, sobre a qual circularam acusações de subornos e em que se organizou um sorteio suspeitíssimo para a escolha do local do terceiro jogo da decisão. A polêmica ressoa até hoje.
Mas falemos do brilho, e não das sombras. Mário José firmou-se como peça fundamental de um time que teve figuras maiúsculas da história colorada, como o goleiro Luiz Fernando, o lateral esquerdo e zagueiro Eduardo, o ˜Xerife do Morro do Posto", o artilheiro Parraga e o cerebral Gaspar, meia que, para muita gente, foi o melhor jogador da história do clube.
Já se passou quase meio século desde a última partida de Mário José Moura da Boa Esperança pelo Colorado Lageano, razão pela qual muitos torcedores do clube, especialmente os mais jovens, sequer se atentaram para a partida de um grande: o ex-zagueiro faleceu no início deste mês, no dia 2, ao 73 anos, em Balneário Camboriú.
É uma lástima que não existam registros em vídeo daquele estelar time em ação. Mesmo as fotos que sobreviveram ao tempo são escassas, a despeito de se tratar de uma equipe tida como padrão-ouro do futebol do Inter de Lages.
Eu não vi Mário José, Luiz Fernando, Parraga nem Gaspar em campo. Eduardo, talvez - ele, já em seus últimos anos como a personanificação da bruteza de um defensor que se dá ao respeito, e e
u, ainda em minhas primeiras idas ao Vidal Ramos Júnior para ver o time que é a expressão de quem somos. Mas, ainda que eu não tenha visto esses homens em ação, e ainda que não haja vídeos para atestar a grandeza de seus feitos, eu acredito no testemunho de quem os aplaudiu por mim.
Os relatos são a expressão fiel e incontestável da marca que deixaram, daquilo que eles nos fizeram sentir. Esses jogadores podem ser anônimos para o resto do mundo, mas é o que eles representam para nós que realmente importa. Em nosso mundo, eles são astros. E são eternos.

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