A economia de Lages já passou por vários ciclos, dentre eles o da pecuária, do comércio e da madeira. A partir de 2023, apesar da diversificação registrada nos últimos anos, será a vez do agronegócio. A previsão do secretário de Desenvolvimento Econômico de Lages, Álvaro Mondadori (Joinha), tem como base os números do setor e principalmente a expansão das lavouras na Localidade da Coxilha Rica. A facilidade de acesso e a inserção de novas tecnologias resolveram a baixa fertilidade e a existência de pedras.
No final da década de 1980, praticamente não existiam lavouras na Coxilha, diz o secretário que também tem formação na área. Atualmente, alguns proprietários cultivam 3.500 hectares (cerca de 3.500 campos de futebol), outros 2.500 hectares, expansão que cresce a cada ano. A produção de soja e milho tem atraído investimentos de cooperativas. A Copercampos e a Cooperplan já atuam na região, a Copercampos investe cerca de R$ 30 milhões em uma unidade na Localidade de Índios e a Copérdia também anunciou investimento.
Setor impulsiona outros
A indústria, principalmente a metalmecânica e o transporte estão entre os principais setores alavancados pelo agronegócio em Lages. São várias empresas que atuam na venda de máquinas e implementos e também na fabricação desses produtos. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Lages, Álvaro Mondadori, cita o exemplo da GTS do Brasil, que vai abrir sua sétima unidade. É claro que essa empresa também exporta para vários países.
O comércio também colhe os frutos da expansão do agro. São vários pontos de vendas de defensivos, corretivos de solo e outros. Isso sem falar do combustível utilizado para movimentar dezenas de máquinas de grande porte.
Bom ano na geração de empregos
No ano passado, segundo o Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, o município de Lages gerou 2008 novos postos de trabalho com carteira assinada. Este ano, até outubro, foram 1.402 novas vagas. Mondadori alerta que esse não é o único número a ser analisado. Também até outubro, a Secretária de Desenvolvimento Econômico formalizou 1.940 novas MEIs (Micro Empresas Individuais). “São pessoas que deixaram de ter a carteira assinada, mas estão no mercado, produzem e pagam seus impostos,” afirma o secretário. Até novembro, Lages detinha a marca histórica de 11.073 MEIs ativas.
Outros segmentos
Na sua avaliação, Álvaro Mondadori aponta o crescimento do turismo, principalmente o de eventos que envolvem a Coxilha Rica, a expansão do setor imobiliário, com a implantação de vários loteamentos e o retorno do plantio de florestas, principalmente de pinus. “A Klabin está fazendo um trabalho intenso. Visita, compra florestas e contrata o arrendo de terras para o cultivo de novas florestas. É o início de um novo ciclo da atividade.”
Incentivo
Em 2023, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico quer realizar campanhas junto às empresas de Lages. Uma será para valorizar o jovem que nunca trabalhou. A ideia é reservar um percentual das vagas para oferecer a essas pessoas e não perder uma mão de obra qualificada que está migrando para outros centros.
Outra campanha será para incentivar a contratação de pessoas com mais idade. Mondadori aponta que a maioria dos contratados estão na faixa dos 23 a 38 anos. Quem passou desta idade, por mais qualificação que tenha, está fora do mercado.
A terceira campanha será para incentivar a contratação de mulheres. "Muitas empresas ainda relutam, porque acreditam que em função dos cuidados com a família a mulher não vai desempenhar. É uma ideia retrógrada, mas ainda existe. Queremos mudar essa situação e vamos conversar com os RH das empresas,” conclui Mondadori.
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