Com o objetivo de socializar e difundir conhecimentos científicos sobre as cadeias produtivas da Araucária, conservação, sustentabilidade, biodiversidade da fauna silvestre de Florestas com Araucárias abordando estratégias de manejo para sua conservação, pesquisa e inovação, políticas públicas na busca de um melhor cenário futuro para as Florestas com Araucárias, será realizado o IV Seminário sobre a Sustentabilidade da Araucária: A Floresta com Araucárias e a conservação da fauna silvestre (edição binacional).
O evento será realizado de 07 a 10 de maio de 2024 no município de Lages e é dirigido a estudantes, professores e pesquisadores dos cursos de graduação e pós-graduação das instituições de ensino superior inseridas em ambientes com Floresta Ombrófila Mista.
Será constituído por palestras, mesas redondas e apresentação de trabalhos técnicos dentro da temática da conservação da Floresta com Araucárias (inovação para o sistema de produção e o pinhão como promotor de renda, bem estar e sustentabilidade) e da Fauna Silvestre que mantém interações com este ecossistema.
Organizado pelas instituições de ensino superior com área de atuação no sul/sudeste de Santa Catarina e norte/nordeste do Rio Grande do Sul, a exemplo da UNIPLAC, UPF, UDESC-Campus Lages, Instituto Federal-Campus Urupema, UFSC, Embrapa Florestas, Universidade Federal do Paraná, Projeto Charão (AMA/UPF), INTA/Argentina. Conta com o apoio dos órgãos ambientais estaduais como o IMA/SC e a SEMA/RS, e do órgão federal ICMBio/Cemave, além do poder público municipal do município de Urupema/SC.
O alcance eco ambiental do seminário, pelo seu caráter de contemplar a fauna silvestre de um ecossistema que ocorre do Rio Grande do Sul até Minas Gerais e países como Paraguai e Argentina, será de grande amplitude territorial. Em Santa Catarina, essas ações poderão contemplar cerca de 30% do território estadual, nas áreas do planalto com ocorrência de remanescentes da Floresta Ombrófila Mista.
Fonte: www.seminarioaraucaria2024.com.br/
Necessidade de preservação
Proibido por Lei, o corte da araucária é autorizado somente em situações especiais, principalmente quando oferece risco ao ser humano.
Mesmo assim, segundo o Inventário Florestal Nacional - SC /2018, Santa Catarina possui 3 milhões de hectares de florestas naturais (32% do território estadual). Desses, 507.962 hectares estão nos Campos de Lages, ou Serra Catarinense.
Em relação a espécies, o inventário foi realizado por amostragem e não aponta a quantidade específica de um tipo de árvore. Desta forma, foram medidas apenas 1.389 araucárias, chegando a média de 12,4 metros de altura.
Publicado em 2008 pela Apremavi (apremavi.org.br), livro aponta que a Floresta Ombrófila Mista, também chamada Floresta com Araucária, Mata de Pinhais ou Mata de Araucária, recobria originalmente 40.807 km2 de Santa Catarina ou 42,5% da vegetação original do Estado, constituindo-se, assim, sua principal tipologia florestal.
Essa floresta é caracterizada pelo predomínio da Araucaria angustifolia, popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro ou pinheiro-do-paraná, que chega a responder por mais de 40% dos indivíduos arbóreos existentes nesse ecossistema.
“Pouco mais de um século de exploração econômica sem planejamento levaram essa rica e singular floresta a uma situação de visível decadência biológica,” aponta o texto do livro, antes de definir que restaram apenas 3% deste tipo de cobertura florestal em Santa Catarina.
Araucária é a principal árvore fora da floresta
Árvores fora da floresta (AFF) são árvores encontradas fora das áreas classificadas como floresta. Incluem árvores em áreas de agricultura e pastagem.
Estas árvores têm papel importante como provedoras de recursos florestais e serviços ambientais em áreas sem floresta. Geralmente elas estão associadas a algum tipo de uso, como madeira, alimentação ou como, simplesmente, provedoras de sombra e conforto térmico. Foram identificadas 239 espécies de árvores nas áreas fora da floresta.
A araucária (Araucaria angustifolia), a bracatinga (Mimosa scabrella) e a erva-mate (Ilex paraguariensis) foram as espécies mais abundantes, correspondendo juntas a quase 8% do número total de indivíduos levantados fora da floresta. Esses dados também são do Inventário Florestal Nacional - SC /2018.
Sem araucária não há pinhão
De acordo com os dados da Epagri, Santa Catarina colheu 6 mil toneladas de pinhão em 2022. Dessa quantia, 1.500 toneladas saíram dos pinheirais da cidade serrana de Painel (distante 20 km de Lages).
É esse potencial produtivo que levou o deputado Marcius Machado a protocolar o projeto de lei 18.638/2023. O texto dá ao município de Painel o título de Capital Catarinense do Pinhão.
O projeto tramitou, foi aprovado e o governador Jorginho Mello sancionou. Agora é oficial essa referência a Painel que, pelos dados de 2022,, colheu 1/4 da produção de pinhão de Santa Catarina.
Para se obter o pinhão é necessário se ter a araucária. Desta forma, a constatação é óbvia: Painel tem uma das maiores florestas remanescentes de araucária de Santa Catarina.
Ao lado deste município, destaque também para as florestas de Urupema e São Joaquim. Fora da Serra Catarinense, os municípios de Ponte Serrada e Abelardo Luz são destaques.
Fauna e flora da floresta ombrófila mista
"Mata de araucárias é um domínio vegetal brasileiro. Trata-se de uma floresta ombrófila mista que faz parte do bioma Mata Atlântica. Ocorre predominantemente nos estados do Sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), onde o clima subtropical proporciona o seu desenvolvimento.
A Araucaria angustifolia, ou pinheiro-do-paraná, dá nome a essa vegetação e é o principal representante de sua flora. Na fauna encontra-se gralha-azul; jaguatirica; capivara; cutia; papagaio; macaco-prego; mico-leão-dourado; mono-carvoeiro; onça-pintada; preguiça-de-coleira; tamanduá; guariba; tucano; beija-flor; jararaca e teiú.
Fonte: brasilescola.uol.com.br/brasil/mata-araucarias.htm
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