O resultado do semestre também ficou abaixo das expectativas, mas mostra que há possibilidades claras de fechar bem o ano
Temerosos com os rumos da economia, empresários seguraram os investimentos e para alguns setores houve até retração de mercado
Desde o final do ano passado, os economistas alertavam para o desaquecimento da economia, causado principalmente pela falta de propostas claras por parte do novo governo federal. Para Santa Catarina, o ápice deste processo foi registrado no mês de junho, período em que o estado gerou apenas 1.899 novos postos de trabalho. Na Serra Catarinense a situação foi ainda pior. Somados, os 18 municípios da região tiveram saldo negativo de 302 vagas.
Temerosos com os rumos da economia, empresários seguraram os investimentos e para alguns setores houve até retração de mercado, refletindo nos números apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Na Serra, os piores números de junho estão justamente nos municípios com maior população. Lages registrou saldo negativo de 228 postos de trabalho e São Joaquim perdeu 156 vagas.
Em São Joaquim, a redução ocorreu principalmente no setor agrícola voltado à safra de maçã. Em Lages, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Álvaro Mondadori (Joinha), três grandes redes fecharam suas lojas em várias cidades do Brasil, incluindo Lages. Ele explica que também houve retração no setor madeireiro, que é um dos que mais emprega na região. As empresas exportaram muito no período da pandemia, mas agora Estados Unidos e os países da Europa e Ásia estão com estoques em alta e reduziram as compras. Como resultado, houve demissão no setor.
Resultado do semestre foi bom
Em relação a geração de empregos, os resultados do semestre não superaram as expectativas, mas podem ser considerados bons. De janeiro a junho, Santa Catarina contabiliza a criação de 61.533 vagas de trabalho. Os 18 municípios da Serra Catarinense totalizam 1.088 vagas, a maioria em Lages, que criou 586 novos postos. Em segundo lugar, com 189, está Otacílio Costa; Bom Retiro aparece em terceiro com 96 e em quarto Correia Pinto com 68.
“Acredito que o segundo semestre será bem melhor porque os empresários estão mais confiantes, estão se soltando,” afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de Lages, Álvaro Mondadori. Ele comenta que muitas pessoas que deixaram empregos com carteira assinada montaram Microempresas Individuais (MEIs), ou seja, continuam no mercado de trabalho, mas em regime diferente.
Em dois anos, Lages criou mais de 3 mil vagas
Mondadori comenta que de fevereiro de 2021, data em que assumiu a secretaria, a 30 de junho de 2023, o município de Lages criou 3.426 vagas, segundo o Caged. Somente neste ano, 934 pessoas conseguiram emprego via Banco do Emprego, mantido pela Prefeitura de Lages.
No primeiro semestre deste ano, a secretaria formalizou a criação de 836 MEIs. “Atualmente em Lages temos 20.574 empresas ativas. Dessas, 13.834 são no regime de microempresas individuais (Meis). São pessoas que continuam economicamente ativas, produzindo e recolhendo impostos,” argumenta Mondadori.

Menor desemprego do Brasil
Segundo matéria publicada no portal G1, em maio deste ano, Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do país: 4,5%. O dado foi divulgado na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo é referente aos três primeiros meses 2023.
O resultado de 4,5% é considerado estável porque inclui a perda de 9 mil postos de trabalho em três meses. No país, a taxa de desocupação ficou em 11,1%. Os maiores percentuais foram os da Bahia, com 17,6%, e Pernambuco, com 17%.
O estado catarinense também tem o maior nível de ocupação do Brasil: 63,9%. Esse percentual não é o oposto da taxa de desocupação, mas, sim o índice de pessoas em idade de trabalhar, com mais de 14 anos, com carteira assinada.
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